Transtornos de Aprendizagem: avaliação e diagnóstico

Pessoas com Transtornos de Aprendizagem são identificáveis quando se reconhece uma discrepância entre o seu potencial e o desempenho acadêmico. O diagnóstico é clínico e se baseia nos critérios DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), incluindo avaliações cognitiva, educacional, médica e psicológica.

Para que ocorra o diagnóstico de Transtornos de Aprendizagem, pelo menos um dos seguintes sinais precisa ter estado presente por seis meses ou mais mesmo com intervenção direcionada: leitura de palavras imprecisa, lenta e/ou que requer esforço; dificuldade para compreender o significado do material escrito; dificuldade de grafia; dificuldade para escrever; dificuldade para dominar o sentido numérico; e dificuldade de raciocinar matematicamente.

As habilidades devem estar substancialmente abaixo do nível esperado para a idade da pessoa e também prejudicar significativamente o desempenho acadêmico ou nas atividades diárias.

Portanto, antes de acatar qualquer possibilidade de diagnóstico de Transtornos de Aprendizagem, é preciso que o indivíduo passe por avaliações especializadas com uma equipe profissional multidisciplinar composta por médicos, especialmente neurologistas e psiquiatras, além de psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos.

Essa é uma medida indispensável para se evitar avaliações superficiais e incorretas e, consequentemente, tratamentos inadequados.

AVALIAÇÃO COGNITIVA

A avaliação cognitiva dos Transtornos de Aprendizagem inclui testes de inteligência verbal e não verbal e costuma ser feita por um psicólogo educacional. Os testes psicoeducacionais são úteis na descrição da maneira preferida pela pessoa de processar informações – de modo holístico, analítico, visual ou auditivo.

Avaliações neuropsicológicas são particularmente úteis para indivíduos com lesão cerebral ou doenças, para mapear as áreas cerebrais que correspondem à fragilidade e a tensões funcionais específicas.

E avaliações da fala e linguagem estabelecem a integridade da compreensão e o uso da linguagem, processamento fonológico e memória verbal. Também podem avaliar a linguagem social pragmática.

AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Já a avaliação educacional e do desempenho dos alunos com Transtornos de Aprendizagem é essencial e feita pelas observações dos professores quanto ao comportamento na sala de aula.

Embora a função do professor não seja a de diagnosticar o estudante, a identificação precoce dos sintomas por ele facilita o estabelecimento da melhor intervenção para cada caso.

Um dos passos é medir as habilidades das pessoas no reconhecimento, na compreensão, na fluência e na decodificação da palavra.

Também devem ser obtidas amostras da escrita para avaliar ortografia, sintaxe e fluência de ideias. Habilidades matemáticas precisam ser verificadas em termos de computação, conhecimento das operações, compreensão dos conceitos e interpretação de problemas.

AVALIAÇÃO MÉDICA

Por sua vez, a avaliação médica dos Transtornos de Aprendizagem inclui a obtenção de um detalhado histórico familiar e do paciente, exame físico, neurológico e do desenvolvimento neural. O objetivo é encontrar a base do distúrbio.

As anormalidades físicas e os sinais neurológicos, embora não sejam frequentes, podem indicar causas médicas tratáveis. Problemas de coordenação motora podem indicar déficits neurológicos ou retardo do desenvolvimento neural. Os níveis de desenvolvimento são avaliados de acordo com critérios padronizados.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

E a avaliação psicológica identifica Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), distúrbios de conduta, ansiedade, depressão e reduzida autoestima, que estão frequentemente associados e devem ser diferenciados dos Transtornos de Aprendizagem. Nesse caso, precisam ser avaliadas as atitudes no ambiente acadêmico, a motivação, o relacionamento com os pares e a autoconfiança.

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