Psicologia Positiva: prejuízos da ausência de sentido na vida

Para a Psicologia Positiva, um dos fatores que trazem felicidade às pessoas é o significado ou o sentido na vida. A ausência dele, portanto, pode contribuir para o adoecimento da mente, favorecendo o desenvolvimento de males como a depressão ou outros transtornos.

Criada pelo psicólogo norte-americano Martin Seligman na década de 1990, a Psicologia Positiva é sustentada por três pilares. O primeiro está voltado ao estudo das emoções positivas. Já o segundo se refere aos traços positivos, principalmente as virtudes e as forças pessoais. E o terceiro corresponde ao estudo das instituições positivas, como a democracia, a família e a liberdade.

Seligman também estabeleceu cinco fatores para o bem-estar. Eles foram revelados no seu livro ‘Florescer’, no qual descreve o que chama de Modelo PERMA: positive emotion (emoção positiva), engagement (engajamento), relationships (relacionamentos), meaning (significado ou sentido) e accompplisment (realização).

FATOR

Para a Psicologia Positiva, o fator sentido na vida tem um cunho subjetivo e objetivo, porque aquilo que motiva as pessoas costuma ser uma mistura entre necessidades, sonhos e crenças.

Sejam quais forem esses motivadores, como caridade, atuação política, prática religiosa ou apoio a causas sociais, eles precisam existir para darem a energia de que os seres humanos precisam para buscarem um bem-estar completo.

Caso contrário, as pessoas ficarão perdidas e será extremamente difícil para elas superarem crises ou encarar situações estressantes.

DESCONEXÃO

Uma vida sem sentido, ou um vazio existencial, é a crença principal daqueles que experimentam o doloroso sentimento de viver por viver, o peso da injustiça e uma espécie de desconexão com tudo que os rodeia.

Nada os preenche, nada os satisfaz, o que acaba por aprisioná-los em um estado psicológico de muito sofrimento. Na maioria dos casos, essa situação os leva a uma depressão profunda ou a um comportamento autodestrutivo.

O desenvolvimento de um sentido de vida pode ser frustrado quando as metas e os objetivos não são completados ou cumpridos; quando o choque entre expectativas e realidade é tão forte que somente a desilusão aparece ou quando situações de crise ameaçam a sensação de segurança e certeza e a pessoa não têm as ferramentas adequadas para lidar com elas.

Tudo isso leva a um profundo estado de frustração existencial que esvazia a pessoa por dentro e que, às vezes, leva a um abismo doloroso. É como se em seu interior houvesse um denso deserto, aquele em que o ilógico domina a existência e quase toda a capacidade de se conectar e sentir os outros é perdida.

DILUIÇÃO

Alguns autores afirmam que a perda do sentido na vida está associada ao desaparecimento do outro, à supremacia dos valores individualistas e à obtenção do prazer como um mecanismo equivocado para ser feliz.

Dessa forma, a pessoa se apega aos seus desejos individuais e o sentido de referências sociais, como a coexistência, solidariedade ou respeito mútuo, é diluído.

Sendo assim, quando se confunde a realidade e os meios para alcançar a felicidade se tornam fins em si mesmos, existe o risco de se cair no vazio existencial. As emoções agradáveis de curto prazo, como prazer ou alegria, proporcionam satisfação, mas não autorrealização. Consequentemente, implicam o perigo de criar escravidão ou vício.

DESTINO

Para a Psicologia Positiva, o ser humano tem a necessidade de fazer algo com a sua vida que não seja apenas bom, mas também feito por ele mesmo. Portanto o sentido na vida está relacionado ao destino que a pessoa quer e precisa.

Através desse desejo, o indivíduo procura oferecer liberdade ao seu próprio desenvolvimento, pois quando vive plenamente, sua liberdade transcende os limites de sua imanência e entende que o sentido na vida não se reduz apenas a algo material e finito, mas vai além.

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