Terapia de casal: principais abordagens psicológicas

A terapia de casal está entre as estratégias indicadas para a solução de conflitos em períodos críticos na vida a dois. Em linhas gerais, as principais abordagens psicológicas que norteiam o tratamento são a Terapia Cognitivo-Comportamental, a Psicanálise e a Terapia Relacional Sistêmica.

Para a Terapia Cognitivo-Comportamental, as distorções cognitivas das pessoas sobre a realidade são responsáveis por suas reações emocionais, fisiológicas e comportamentais disfuncionais e têm papel importante na origem dos transtornos psicopatológicos.

Sendo assim, essa abordagem tem uma intervenção direta e efetiva na identificação e intervenção para modificar os pensamentos prejudiciais para que os pacientes passem a interpretar a vida de modo mais realista.

Dessa forma, a TCC pode ser usada na terapia de casal em busca de um relacionamento mais funcional. Isso é possível a partir da compreensão de pensamentos, crenças e expectativas que um cônjuge sempre tem no que diz respeito ao outro.

O objetivo da aplicação da Terapia Cognitivo-Comportamental na terapia de casal é, depois de auxiliar a identificar esses padrões de pensamentos e comportamentos, ajudar os pacientes a reestruturarem suas cognições e construírem novas estratégias para lidar com os conflitos no relacionamento.

Além de perceberem o que pensam e sentem em relação ao outro, ambos podem aprender competências essenciais para um cotidiano mais saudável. É o caso do treino de habilidades sociais, em que desenvolvem qualidades como empatia e comunicação mais efetiva.

PSICANÁLISE

Já a Psicanálise investiga questões inconscientes na terapia de casal, podendo se debruçar sobre temas relacionados às famílias de origem de cada um dos cônjuges.

Há diversas linhas de pesquisa e de atendimento na Psicanálise que servem de base para programas de terapia de casal. Em comum, muitas delas têm como objetivo expor a necessidade de compreensão das novas formas de conjugalidade e de como lidar com crises no casamento.

A proposta da terapia de casal visa sobretudo autoconhecimento, para que cada um dos integrantes da relação possa entender o seu papel e de que forma pode agir para, também, se colocar no lugar do outro. A fidelidade e a confiança são dois pilares essenciais.

Além de exporem estudos sobre os pesquisadores da terapia de casal, as propostas da Psicanálise incluem a importância do conhecimento de psicopatologias nas relações interpessoais, assim como formas de reconhecimento do amor entre os envolvidos.

Muitas vezes, as pessoas precisam reconhecer que necessitam de auxílio da terapia de casal para não deixarem que problemas fora da relação atrapalhem a vida conjugal e a família.

SISTÊMICA

Por sua vez, a Terapia Relacional Sistêmica se preocupa mais com o relacionamento entendido como um sistema do que com as questões individuais dos cônjuges.

Nesse tipo de terapia de casal, semelhante à terapia familiar, ambas as partes recebem informações objetivas de seu padrão de funcionamento como uma dupla e são encorajadas a fazerem movimentos de mudança. Também precisam enxergar o padrão de funcionamento um do outro.

A partir dessa compreensão, o casal consegue usar o relacionamento como fonte de crescimento pessoal e emocional em vez de sofrimento e frustração.

Essa terapia de casal permite que os indivíduos desenvolvam um olhar mais aguçado não apenas sobre seu papel dentro do sistema, mas sobre o amor, o namoro, o casamento, as brigas, a comunicação, os momentos de carinho e outros aspectos.

INTEGRATIVA

Entretanto, dentro dos consultórios, as classificações teóricas são menos estanques e os terapeutas acabam muitas vezes lançando mão de uma abordagem mais integrativa na terapia de casal.

Uma vertente relativamente nova no Brasil, embora praticada nos Estados Unidos há algumas décadas, é a IBCT, sigla em inglês para Terapia Comportamental Integrativa de Casal.

Tal abordagem utilizada na terapia de casal é derivada da Terapia Comportamental e se caracteriza principalmente pelo conceito de aceitação para manter uma conexão entre os parceiros mesmo com as diferenças entre eles.

Uma das ferramentas utilizadas é o mindfulness, prática científica de exercício da atenção plena muito em voga hoje e inspirada na meditação oriental. Seu princípio é viver o aqui e agora, sem remoer o passado e sem tentar antecipar o futuro. O trabalho voltado para a aceitação é o de ajudar a diferenciar as questões que as pessoas têm que mudar daquelas que simplesmente caracterizam um indivíduo. Mas a aceitação não inclui questões inaceitáveis, como violência doméstica por exemplo. Isso requer outro tipo de intervenção, às vezes policial.

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