Prevenção de crises psicológicas: princípios da DBT para autorregulação

A terapia comportamental dialética (DBT) foi desenvolvida originalmente para o tratamento de pacientes com intensa desregulação emocional, comportamentos suicidas e condutas autolesivas crônicas. Contudo, atualmente, sua efetividade é comprovada no tratamento de uma série de transtornos mentais e na prevenção de crises psicológicas.

A DBT tem como base equilibrar a aceitação e a mudança. Por sua vez, aceitar os problemas é reconhecer o momento atual, ter consciência dos próprios comportamentos e desenvolver atitudes voltadas à mudança.

O treinamento de habilidades é parte fundamental do protocolo de tratamento da terapia comportamental dialética e foi criado de acordo com os déficits dos pacientes: desregulação emocional, comportamento impulsivo, relações interpessoais instáveis e desregulação do senso do self.

Sendo assim os módulos de tratamento da DBT são compostos por habilidades de mindfulness (atenção plena), habilidades de efetividade interpessoal, habilidades de regulação emocional e habilidades de tolerância ao mal-estar.

HABILIDADES

As habilidades de mindfulness são a base de todo o treinamento e destacadas também dentro dos outros módulos. Seus objetivos são buscar um equilíbrio entre a mente racional e a mente emocional, conseguir chegar à mente sábia e, consequentemente, ter mais aceitação.

A outra habilidade a ser trabalhada é a efetividade interpessoal, que ensina assertividade, solução de problemas de relacionamentos, como construir ou se manter em uma boa relação, a ter autorrespeito, a fazer pedidos ou dizer não. Nessa habilidade, a efetividade significa atingir os objetivos e buscar as mudanças almejadas.

Já na habilidade da regulação emocional, é importante que o paciente aprenda a entender as próprias emoções, a descrevê-las e o que elas causam. Uma das estratégias é desenvolver emoções positivas a curto prazo (fazer coisas agradáveis e usar mindfulness para prestar atenção nesses eventos) e a longo prazo (fazer mudanças na vida e ir atrás dos objetivos).

Por fim, o módulo de habilidades de tolerância ao mal-estar objetiva auxiliar as pessoas em um momento difícil, que não tem como ser mudado imediatamente, para que consigam passar por ele com menos dificuldade, sem agir impulsivamente.

Para conseguir lidar com o mal-estar, o paciente aprende a se distrair, tranquilizar os cinco sentidos, melhorar o momento e pensar nos prós e contras.

Aceitar a realidade é outra estratégia para tolerar o mal-estar. Dessa maneira, fica mais fácil mudar a situação adversa, pois lutar contra os problemas não faz com que eles mudem.

Portanto, para que haja mudança, é fundamental que as pessoas reconheçam o que está de fato acontecendo, tomem consciência, para que possam desenvolver atitudes direcionadas ao que querem mudar.

FERRAMENTA

Anticrises psicológicas – 100 cards’, de autoria do psicólogo Ramiro Figueiredo Catelan, é uma ferramenta que pode ser utilizada para a prevenção e o combate às crises psicológicas.

Publicada pela editora RIC Jogos, a caixinha é dividida em dez conjuntos de cartas que compilam uma série de técnicas e estratégias práticas para ajudar as pessoas a lidarem com situações difíceis e estressantes sem piorar o momento e tornando-o mais breve e suportável.

As informações contidas no material derivam de anos de pesquisa científica da DBT, incluindo um módulo inteiro voltado para o treinamento de habilidades de tolerância ao mal-estar.

Os cards trazem, ainda, contribuições inspiradas na terapia de aceitação e compromisso (ACT, de acceptance and commitment therapy), bem como outros modelos de tratamento psicológico eficazes para trabalhar de forma mais efetiva com situações que provocam estresse, mal-estar e aflição.

Conheça este e outros RICard’s no site da editora RIC Jogos: www.ricjogos.com.br.

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