Suicídio: principais causas e importância da prevenção

O suicídio é definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal.

Também fazem parte dos chamados comportamentos suicidas os pensamentos, os planos e as tentativas de tirar a própria vida.

Uma pequena proporção dos comportamentos suicidas chega ao conhecimento da população. Segundo números da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), 17% dos brasileiros pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. Outros 5% planejaram suicídio, 3% tentaram e 1% foi atendido em prontos-socorros.

FATORES

O suicídio é resultante de uma complexa interação de agentes psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e socioambientais.

Sendo assim, significa o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser relacionado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É, portanto, a consequência final de um processo.

De acordo com os dados da cartilha ‘Informando para prevenir’ da ABP e do CFM, 96,8% dos casos de suicídio registrados estão associados com histórico de transtornos mentais, como depressão e bipolaridade, que podem ser tratados. Entretanto 50% a 60% dos indivíduos que tiraram a própria vida nunca consultaram um profissional de saúde mental ao longo da vida.

Justamente pela possibilidade de prevenção é que se destaca a importância de falar sobre suicídio e de acabar com os estigmas que ainda existem em torno do assunto e que podem impedir a detecção precoce do problema.

Tais tabus, que consideram o suicídio uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade, assim como a falta de conhecimento e a ideia errônea de que o comportamento suicida não é frequente, condicionam barreiras para evitá-lo.

ORIENTAÇÃO

A prevenção do suicídio, portanto, não se limita à rede de saúde, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade que podem colaborar para a diminuição das taxas. A começar pela informação correta direcionada à população.

O reconhecimento dos fatores de risco é fundamental e pode ajudar. Entre eles, constam transtornos mentais, suicídio na família, tentativa prévia, alta recente de internação psiquiátrica, abuso sexual na infância, isolamento social, impulsividade, agressividade e doenças incapacitantes.

Já entre os fatores protetores, que podem evitar o suicídio, constam: ausência de doença mental, autoestima elevada, bom suporte familiar, capacidade de adaptação positiva, capacidade de resolução de problemas, estar empregado, laços sociais bem-estabelecidos com familiares e amigos, ter sentido existencial, senso de responsabilidade com a família e relação terapêutica positiva.

Portanto, para a prevenção do suicídio, várias medidas podem ser tomadas para aumentar os fatores de proteção e diminuir os de risco. São elas: aumentar contato com familiares e amigos, buscar e seguir tratamento adequado para transtorno mental, envolvimento em atividades espirituais, iniciar atividades prazerosas ou que tenham significado, reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas.

AJUDA

É importante que as pessoas que estejam passando por momentos de crise – ou conhecem alguém que esteja – busquem ajuda. O ideal é um acompanhamento de um profissional da saúde mental, além do apoio da família e dos amigos, pois é essencial que consigam falar sobre o que sentem.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) também está disponível a indivíduos com ideação suicida. É um projeto que fornece apoio emocional e prevenção do suicídio.

Por meio do telefone (188), e-mail e chat 24 horas todos os dias da semana, disponibiliza atendimento gratuito, voluntário e sigiloso a quem precisa conversar. O site do CVV é www.cvv.org.br.

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