Terapia Cognitivo-Comportamental: estrutura de tratamento

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem como principal objetivo mudar os sistemas de significados dos pacientes para alterar os sintomas emocionais, fisiológicos e comportamentais prejudiciais. Indicada para todas as idades, incluindo crianças e idosos, tem uma abordagem objetiva, diretiva e eficaz. Um dos fatores que contribuem para isso é sua estrutura clara.

A estrutura de sessão da TCC norteia o trabalho do psicólogo, facilita o entendimento do paciente em relação ao tratamento e contribui para um processo mais positivo.

CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA

Como em toda forma de psicoterapia, a Terapia Cognitivo-Comportamental começa sua avaliação com uma anamnese completa e um exame do estado mental do paciente.

Essa conceitualização cognitiva, também chamada de formulação de caso, enquadre cognitivo do caso ou conceituação de caso, funciona como um mapa que orienta o trabalho a ser feito.

O terapeuta a utiliza a fim de obter o entendimento de cada cliente em sua subjetividade, o que o auxilia no planejamento das estratégias terapêuticas que serão utilizadas ao longo do tratamento.

Além disso, a conceitualização cognitiva é uma proposta de adesão do cliente à TCC, uma vez que, após sua concretização, observa-se um aumento da motivação e da compreensão de todo o processo psicoterápico por parte do cliente e do terapeuta.

Para que uma conceitualização cognitiva seja considerada eficaz, o terapeuta deve investigar determinados aspectos com seu paciente, como o diagnóstico clínico, os problemas atuais enfrentados por ele, juntamente com os fatores estressores precipitantes dos mesmos, suas predisposições genéticas e familiares, seus pensamentos automáticos, suas crenças intermediárias e suas crenças nucleares.

MODELOS TEÓRICOS

Mesmo que a conceitualização cognitiva seja única e específica para cada paciente, uma gama de modelos teóricos para o funcionamento cognitivo dos transtornos pode ser encontrada na literatura.

Por isso, é importante que o terapeuta conheça os modelos teóricos explicativos de conceitualização cognitiva para transtornos e grupos específicos, como transtorno afetivo, pós-traumático, de pânico, alimentar, do pensamento formal e de personalidade.

SESSÕES

A Terapia Cognitivo-Comportamental geralmente é aplicada em um formato de curto prazo. O tratamento para depressão ou transtornos de ansiedade descomplicados normalmente dura de cinco a 20 sessões.

Entretanto períodos mais longos podem ser necessários se houver comorbidades ou se o paciente possuir sintomas crônicos ou for resistente ao tratamento.

Na primeira sessão de TCC, é importante discutir com o indivíduo a respeito do seu diagnóstico, definir quais serão os objetivos do tratamento e começar a focar em um problema específico.

A partir da segunda sessão, é possível dividir os encontros em três partes: inicial, intermediária e final. Nessas etapas, é necessário que o terapeuta saiba identificar um pensamento automático, avaliando se o problema merece atenção redobrada, se é recorrente ou disfuncional. O foco é estimular o indivíduo a pensar em resultados que estejam dentro de seu alcance.

PASSOS

Importante ressaltar que não existe uma estrutura única a ser seguida na Terapia Cognitivo-Comportamental. Mesmo assim, os passos incluem um resumo da sessão anterior, o estabelecimento de uma agenda de cada encontro, além da abordagem dos tópicos escolhidos para a consulta.

Verificar o humor da pessoa também é um cuidado fundamental que deve se estender por todas as etapas. O objetivo é avaliar como o indivíduo está se sentindo no momento e identificar os sentimentos que predominam em sua mente durante o intervalo entre uma sessão e outra.

As chamadas tarefas de casa também devem estar presentes em toda a estrutura da sessão em TCC.

A prática tem relevância no trabalho de reestruturação cognitiva, servindo como uma experiência capaz de questionar a validade das crenças que estão por trás de certos sofrimentos, como aqueles desproporcionais e outras disfunções do paciente.

É uma maneira da Terapia Cognitivo-Comportamental continuar acontecendo mesmo longe do consultório. Por isso, o profissional precisará adaptá-la conforme o momento em que o paciente está vivendo, além de ser uma prática de comum acordo entre ambos.

Ainda é preciso priorizar o feedback, que vai nortear os próximos direcionamentos.

Para funcionar corretamente, todas essas ações devem ser baseadas em uma relação terapêutica segura e que transmita estabilidade.

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